Três jovens de origem africana conversavam na rua, já à saída do café, minutos depois de terem assistido ali, pela televisão, à vitória do Benfica sobre o Vitória de Setúbal.
E de repente surgiu um carro a alta velocidade na rua Andrade Corvo, com cinco jovens de etnia cigana lá dentro, que dispararam cinco tiros de pistola na direcção dos primeiros – reacendendo a guerra de etnias no problemático bairro da Quinta da Fonte, na Apelação, Loures. Os três jovens africanos ficaram feridos na noite de anteontem, a mesma em que um outro conflito de gangs estalou na Grande Lisboa: duas vítimas no parque de campismo do Inatel, na Costa de Caparica (ver peça secundária).
Na Quinta da Fonte, os três baleados na zona dos membros inferiores sofreram ferimentos ligeiros. Mas a retaliação não se fez esperar e, minutos depois, não muito longe do local, uma carrinha foi incendiada. Fazendo relembrar o tiroteio de há dois anos nas ruas do bairro, entre moradores de etnia cigana e africanos, captado em vídeos difundidos pelas televisões, a Quinta da Fonte voltou a adormecer e a acordar com medo. Por enquanto não foram efectuadas quaisquer detenções.
Ontem de manhã, e após uma noite de tensão, as Equipas de Intervenção Rápida da PSP ainda estavam no local, como forma de prevenir novos possíveis confrontos entre rivais, que ali vivem paredes meias.
Nas ruas do bairro ninguém consegue explicar bem o que aconteceu pelas 23h35 de sábado. Apenas que três jovens ficaram feridos sem gravidade, ainda que um tenha recebido assistência no Hospital de Santa Maria, Lisboa. Teve alta poucas horas depois. Os agressores, sempre com o carro em movimento, fugiram para parte incerta mas, ao que o CM apurou, alguns já estarão identificados pela PSP. O grupo de cinco suspeitos disparou indiscriminadamente cinco tiros de pistola, calibre 6,35 mm, contra um grupo que estava por acaso na rua – jovens entre os 15 e 18 anos. Foram socorridos no local do crime pelos bombeiros de Sacavém e um foi transportado ao hospital. O mais velho foi atingido numa perna e teve alta pouco depois. A investigação está agora entregue à PJ.
"tvi24"