A rainha Isabel II solicitou há seis anos um subsídio social estatal para pagar as contas de electricidade e de gás dos palácios reais, mas o pedido foi negado pelo Governo, divulgou hoje, sexta-feira, a comunicação social britânica.
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Isabel II, pintada pela artista inglesa Isobel Peachey |
O subsídio solicitado então pela casa real britânica está vocacionado para a ajudar famílias carenciadas, hospitais ou associações comunitárias.
Segundo documentos, datados de 2004, hoje publicados pelos jornais The Independent e Daily Express, os conselheiros da monarca referiram que o consumo de electricidade e de gás nos palácios reais tinha duplicado e superava um milhão de libras (cerca de 1,2 milhões de euros). Um montante "insustentável", segundo os mesmos conselheiros.
Os diários avançam que o tesoureiro-adjunto da rainha escreveu na altura ao Ministério da Cultura, o responsável pela gestão das verbas atribuídas à família real, a perguntar se seria possível beneficiar de um fundo social que está destinado a ajudar famílias carenciadas, hospitais e associações comunitárias que têm dificuldade em pagar as contas relacionadas com o aquecimento das suas casas ou instalações.
O fundo em questão está avaliado em 60 milhões de libras (cerca de 70 milhões de euros).
O Governo britânico aceitou inicialmente o pedido real, mas, em Agosto de 2004, um responsável governamental escreveu para o palácio de Buckingham sobre as repercussões negativas deste pedido.
"Estou um pouco inquieto sobre as prováveis repercussões hostis dos média, se der um subsídio a um palácio em detrimento, por exemplo, de um hospital. Desculpe, mas a resposta não pode ser positiva", lê-se na missiva, hoje publicada nos jornais.
Questionado sobre estas informações, o palácio de Buckingham recusou-se a comentar.
Estas cartas são divulgadas um dia depois de a imprensa britânica ter revelado que a rainha Isabel II cedeu ao Governo britânico a gestão financeira dos palácios reais, decisão que foi tomada ao abrigo de um acordo datado de 2006 e mantido em segredo até aos dias de hoje.
O "memorando financeiro" assinado entre a monarca e o executivo britânico estabelece regras muito restritas sobre a gestão das 38,2 milhões de libras (cerca de 45 milhões de euros) atribuídas anualmente pelo Parlamento para a manutenção do pessoal e dos palácios reais, incluindo o palácio de Buckingham, em Londres, e o castelo de Windsor, a oeste da capital britânica.
Apesar desta verba e de vários anos de divergências sobre o orçamento real, a monarca continua a enfrentar sérias dificuldades em manter as suas residências dentro do orçamento previsto.
O Governo determina igualmente o montante atribuído para cobrir as despesas correntes de Isabel II e do seu marido, o príncipe Filipe. Este subsídio, que está congelado desde 1990, ronda as 7,9 milhões de libras (cerca de 9,2 milhões de euros)