A líder da oposição em Myanmar, Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliária desde 2003, será libertada uma semana depois das eleições legislativas no país, marcadas para 7 de Novembro, anunciaram membros da junta militar no poder.
"A detenção será terminada em 13 de Novembro, uma semana depois das eleições. (Aung San Suu Kyi) Será libertada conforme a lei", indicaram as fontes oficiais da junta militar, citadas pela agência noticiosa francesa AFP.
A libertação de Aung San Suu Kyi, laureada com o prémio Nobel da Paz em 1991 e privada de liberdade durante a maioria dos últimos 21 anos, foi exigida pela comunidade internacional e por organizações de defesa dos direitos humanos desde a sua detenção tendo sempre como resposta o silêncio da junta militar chefiada pelo general Than Shwe.
Observadores baseados na Tailândia consideraram entretanto que a concretização da libertação de Suu Kyi estará dependente da conjuntura do momento pós-eleições e que mesmo que seja libertada oficialmente, não terá liberdade de movimentos.
As eleições legislativas de Novembro, as primeiras realizadas no país nas últimas duas décadas, estão a ser vistas como uma manobra da junta militar sem credibilidade, com a ONU, os Estados Unidos e a União Europeia a considerarem que o escrutínio não terá qualquer validade sem a participação de Aung San Suu Kyi.
A Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido de Suu Kyi, venceu as anteriores eleições, em 1990, mas os resultados foram anulados pela junta militar.
A LND decidiu boicotar as eleições de 7 de Novembro e foi formalmente dissolvida como partido político pelas autoridades.
"jn"