O filho mais velho do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, afirmou ser contra a transmissão hereditária do poder para o seu irmão mais novo, em entrevista divulgada pela televisão japonesa Asahi TV.
"Pessoalmente, oponho-me à transmissão hereditária (do poder) a uma terceira geração da família", disse Kim Jong-nam, que se exprimiu em coreano, numa entrevista realizada no sábado, em Pequim.
"Mas penso que há certas razões internas para isso. Se é o caso, penso que temos de aceitar", acrescentou.
Kim Jong-il lidera o regime da Coreia do Norte desde 1994, quando sucedeu ao seu pai, Kim Il-sung.
O líder do regime norte-coreano e o seu filho e presumível sucessor, Kim Jong-un, assistiram no domingo, em Pyongyang, a um gigantesco desfile militar para comemorar o 65º aniversário da fundação do partido comunista norte-coreano.
A presença do filho e presumível sucessor de Kim Jong-il não foi revelada pelos meios de comunicação social de Estado norte-coreanos, mas a agência sul-coreana Yonhap confirmou a sua presença, visível em imagens da cerimónia transmitidas em directo por cadeias de televisão internacionais.
Estas celebrações acontecem menos de duas semanas depois de Kim Jong-il, 68 anos, ter promovido o seu filho Kim Jong-un à patente de general de quatro estrelas, confiando-lhe dois postos cruciais no Partido dos Trabalhadores da Coreia.
Na véspera, pai e filho fizeram uma primeira aparição juntos noutra cerimónia para celebrar o 65.º aniversário da criação do Partido dos Trabalhadores da Coreia, partido comunista e partido único, responsável, com o exército, pelo regime estalinista fundado em 1948.
Uma delegação chinesa, conduzida por um alto responsável do Partido Comunista Chinês, Zhou Yongkang, assistiu à cerimónia e reuniu-se com Kim Jong-un, anunciou a agência Nova China.
Kim Jong-un sentou-se ao lado de Zhou Yongkang, indicou, por seu lado, a agência japonesa Kyodo, posição que sublinha a ascensão brusca do filho do líder norte-coreano e a importância que Pyongyang atribui às suas relações com a China, único aliado desta potência nuclear isolada.
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