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A visita de três dias do presidente Barack Obama à Índia começou ontem e já causou polémica. Tudo por causa da homenagem que realizou no topo do Hotel Taj Mahal às 166 vítimas dos atentados de 2008 em Mumbai (antiga Bombaim). Os indianos não viram com bons olhos o facto de no seu discurso Obama não falar do Paquistão, país responsabilizado pelo banho de sangue.

"Estamos aqui para enviar uma mensagem clara de que os EUA e a Índia estão unidos na determinação de dar aos nossos povos segurança e prosperidade", afirmou o presidente, sem aludir ao facto de os terroristas que semearam o terror no Taj Mahal e noutro hotel da cidade serem paquistaneses.

"Ao não referir que foi o Paquistão quem apoiou os ataques, desiludiu o nosso país", considerou Rajiv Rudy, do oposicionista Partido Bharatiya Janata.

"Foi um discurso defensivo", frisou um analista político, lembrando que a mensagem implícita é que o Paquistão não deve ser incomodado, pois é aliado crucial dos EUA "na sua política no Afeganistão".

A polémica pode entravar os novos acordos comerciais entre os dois países, num pacote que Barack Obama afirma valer dez mil milhões de dólares.

"Não há razão para este país não ser um dos nossos principais parceiros comerciais", afirmou ontem, anunciando a intenção de levantar os entraves vigentes às trocas bilaterais, nomeadamente à compra por parte da Índia de tecnologia susceptível de uso militar. A defesa é, aliás, outro terreno para futuros acordos de grande envergadura. A Lockheed Martin e a Boeing, por exemplo, estão em competição pela venda de 126 caças, negócio que por si só vale 11 mil milhões de dólares.

"cm"