Apesar de dois dias de protestos violentos, o comboio "Castor" - que transportou 123 toneladas de resíduos nucleares da central de tratamento de La Hague, em França, ao aterro Gorleben, na Alemanha - deverá chegar à estação ferroviária de Dannenberg ao início da noite de hoje. A partir daí, o transporte do lixo até Gorleben, a 20 quilómetros, seria por camião.

Os momentos de maior tensão viveram-se em Harlingen, com a polícia a utilizar canhões de água e bastões para dispersar os cerca de quatro mil de manifestantes que se tinham deitado sobre os carris e retirado pedras da via-férrea.

Os activistas ripostaram com gás lacrimogéneo e foguetes e incendiaram diversos veículos blindados da policia. Durante os confrontos, cerca de uma dúzia de activistas ficaram feridos e alguns foram detidos.

Para a operação de segurança ao comboio "Castor" foram mobilizados mais de 16 mil polícias e vários helicópteros que, mesmo assim, não conseguiram evitar que o comboio tivesse que parar cinco vezes em território alemão.

A chanceler Angela Merkel criticou a acção dos manifestantes e mostrou-se inflexível quanto à sua política nuclear. O Governo decidiu prolongar o prazo de funcionamento de 17 centrais no país, revogando uma decisão do executivo anterior, que tinha determinado o seu fecho em 2022.

Angela Merkel defende que a energia nuclear é imprescindível para manter os preços baixos, numa altura em que o país se esforça por promover as energias alternativas.

Contudo, a energia nuclear tornou-se impopular na sequência dos ventos radioactivos que chegaram à Alemanha na sequência do acidente em Chernobyl, em 1986


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