Milhares de pessoas manifestaram-se hoje, sábado, em Madrid contra a violência registada nos últimos dias no Saara Ocidental e contra a "ocupação" do território por Marrocos.

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A manifestação reuniu os dirigentes das duas grandes centrais sindicais espanholas, Candido Mendez, da UGT, e Ignacio Fernandez Toxo, da Confederação Sindical das Comissiones Obreras, bem como o actor Javier Bardem, defensor da independência do Saara Ocidental.
Esta concentração foi convocada para condenar a "repressão marroquina" na antiga colónia espanhola, anexada por Rabat em 1975, e para reclamar a independência, segundo os organizadores, um grupo de associações solidárias com o Saara.
"Apelamos à União Europeia e a Espanha para condenarem a brutal repressão e convidamos as duas partes a pedirem ao rei de Marrocos para pôr fim a esta violência injustificada, desproporcionada e cruel", declarou Javier Bardem, num discurso no final da manifestação.
Várias bandeiras de Marrocos foram queimadas durante a manifestação, onde se ouviram 'slogans' como "Marrocos culpado, Espanha responsável" ou "Saara livre agora".
Na passada segunda-feira, as forças marroquinas desmantelaram pela força um acampamento a sul de El Aaiun, principal cidade do território, onde 15 mil sarauís se tinham instalado em protesto contra as suas condições de vida.
O balanço oficial marroquino dá conta de 12 mortos, 10 dos quais nas forças da ordem, e de 163 detidos.
A Frente Polisário, movimento apoiado pela Argélia que luta pela independência do território, acusa Rabat de ter feito "dezenas" de mortos, mais de 4.500 feridos e mais de duas mil detenções, durante os confrontos em El Aaiun e em Smara, uma outra cidade importante do território.
Ontem, sexta-feira, a Espanha pediu a Marrocos "esclarecimentos" sobre o ocorrido e manifestou preocupação, mas ainda não fez qualquer condenação

jn