Aos 77 anos, Manuela Costa já passou por muita coisa na vida, mas nada se compara com a aflição que sentiu ontem de manhã, durante um assalto em que foi sequestrada em casa da filha, na cidade de Pombal. Os dois ladrões fugiram com grande quantidade de bens e dinheiro.
"Nunca podia imaginar uma coisa destas, num sítio destes, tão sossegado", desabafou a septuagenária ao CM, ainda combalida com a forma como foi tratada pelos assaltantes.
Os dois homens, de luvas e caras tapadas, entraram na moradia pelo piso térreo, por volta das 09h00. Subiram ao primeiro andar, onde estava a empregada de limpeza, de 40 anos. Tamparam-lhe a boca e amarraram-lhe as mãos e os pés com fita adesiva. Antes de ser imobilizada, a mulher gritou, alertando Manuela Costa, que nessa altura ainda estava no quarto.
Pensando que a empregada "se tinha magoado ao cair", a idosa subiu também ao primeiro andar. Quando chegou ao quarto, sentiu uma mão a tapar-lhe a boca, a fita adesiva a rodear-lhe o rosto e os ladrões a gritarem por dinheiro. Arrancaram-lhe um fio em ouro e atiraram-na ao chão, onde permaneceu, sem se mexer, até deixar de ouvir barulho na casa.
Só depois a empregada, a quem tinham roubado a aliança e um brinco, conseguiu arrancar parte da fita da boca com o auxílio do puxador de um armário, tirar um telemóvel do bolso - com a ajuda de Manuela Costa - e pedir socorro.
Os agentes da PSP foram encontrá-las no quarto, ainda deitadas e amordaçadas. Dos ladrões, nem sinal. Tinham remexido nas gavetas dos móveis de várias divisões da casa e fugido com dinheiro, um computador portátil, 80 relógios de colecção e outros bens. O valor dos prejuízos está ainda a ser contabilizado, disse Fátima Matos ao CM.
As duas mulheres atacadas pelos ladrões ficaram em estado de choque, foram transportadas ao Hospital Distrital de Pombal e tiveram alta umas horas depois. O roubo está a ser investigado pela PJ.
cm