Cerca de 200 pessoas da freguesia dos Pousos, concelho de Leiria, concentraram-se hoje, segunda-feira, no lugar de Touria para impedir as obras na estrada nacional 113 até que sejam satisfeitas as pretensões da população sobre circulação na zona.
O presidente da Junta de Freguesia dos Pousos, Fernando Antunes (PS), explicou à agência Lusa que as obras em curso, da responsabilidade da Estradas de Portugal, contemplam um separador central junto à localidade de Touria.
"Estamos de acordo com o separador, porque há os entroncamentos de acesso à localidade que são perigosos, mas exigimos primeiro a construção de uma rotunda no cruzamento dos Soutos", explicou.
Segundo o autarca, se não for feita a rotunda, "o problema apenas muda uns metros abaixo, em direcção a Tomar, onde os veículos são obrigados a fazer inversão de marcha para retomarem o caminho para Leiria".
"O perigo passa para esse local que não tem condições", referiu, reiterando: "Para fazer essa manobra exige-se a rotunda".
Fernando Antunes adiantou que "a Estradas de Portugal foi alertada para a situação e admitiu que fazia a rotunda".
"Mas quando, não sabemos", referiu.
"Alegou falta de dinheiro para não fazer a rotunda. Se não há dinheiro para a rotunda deixem estar como está, não pedimos para fazer nada", continuou.
Um documento que está a ser distribuído no local informa que a população gosta de "viver com qualidade de vida" e está consciente "das mudanças inevitáveis que o desenvolvimento acarreta".
"Estamos dispostos a percorrer mais alguns metros para tomarmos a direcção de Leiria, mas queremos fazê-lo em segurança", refere-se no texto, o qual insiste na conclusão, "em primeiro lugar", da rotunda, "onde está actualmente o cruzamento com a estrada que dá acesso aos Soutos".
"Satisfeita a nossa exigência, a nossa aldeia lamentavelmente perderá parcialmente a sua entrada principal, mas ficará com mais duas e estas com perfeita segurança para todos nós", lê-se no documento.
A responsável de uma empresa com cerca de 150 camiões para o transporte internacional, localizada em Touria, onde está a zona industrial da freguesia, salientou que com a obra apenas se está "a deslocar o problema para outro local".
"Para os nossos camiões vai ser mais complicado, porque com a ausência de rotunda, a manobra de inversão de marcha no entroncamento que existe é muito perigosa devido ao declive da estrada onde supostamente temos de a fazer", esclareceu Manuela Brites.
Segundo a empresária, "foi garantida a construção da rotunda" pela Estradas de Portugal, "mas não foram avançadas datas".
"Esta solução, como querem fazer, não satisfaz", referiu ainda a empresária.
O presidente da Junta dos Pousos assegurou que os populares, que estão no local desde as 07:30, vão continuar a impedir a realização das obras até responsáveis da Estradas de Portugal garantirem a reivindicação.
A agência Lusa contactou a Estradas de Portugal que fez saber não ter ainda uma posição oficial sobre o assunto.
"jn"