Os dois agentes da PSP detidos, anteontem, quinta-feira, no Grande Porto, por suspeitas de roubos e extorsões vão aguardar o desenvolvimento do processo em prisão domiciliária, vigiados por pulseira electrónica. Perante o juiz de instrução negaram envolvimento nos crimes.
A medida de coacção de obrigação de permanência na habitação foi determinada, ontem à noite, no Tribunal de Instrução Criminal do Porto. Os agentes, de 36 e 42 anos, foram confrontados com os indícios recolhidos ao longo de mais de um ano pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP, respeitantes, na sua maior parte, a crimes de extorsão.
“Prestaram esclarecimentos e negaram participação nos factos”, disse fonte contactada pelo JN, sublinhando que o juiz de instrução criminal foi de encontro à promoção do Ministério Público. Assim, os dois saíram em liberdade e aguardarão agora nas residências, em Gaia e S. Mamede de Infesta, a colocação do sistema de vigilância electrónica.
Já os outros dois detidos na operação, de 22 e 46 anos e moradores em S. Mamede de Infesta e Leça da Palmeira, ficaram obrigados a apresentações quinzenais e semanais nas autoridades, respectivamente. Nas buscas policiais foram-lhes apreendidas droga (haxixe para 60 doses) e uma arma ilegal.
Os polícias eram referenciados há muito por condutas desviantes, tinham processos disciplinares e não eram bem vistos no seio da instituição. Além dos casos de roubos e extorsões, sobretudo a comerciantes e a traficantes de droga, a DIC suspeita que tenham cometido outros que não chegaram ao conhecimento das autoridades.
Os dois arriscam, com este processo, penas disciplinares da PSP que poderão passar, no limite, pela aposentação compulsiva ou pela demissão
"jn