O fluxo tóxico provocado por um acidente industrial na Hungria atingiu hoje, quinta-feira, de manhã o Danúbio, ameaçando o ecossistema do rio, anunciou um responsável do serviço das águas húngaro.
As amostras de água colhidas na confluência do rio Raab com o Danúbio mostram “uma taxa de alcalinidade ligeiramente superior ao normal, entre 8,96 e 9,07”, disse.
A taxa normal é oito, numa escala que pode ir até 14, acrescentou o mesmo responsável.
O fluxo tóxico passou do Raab para o Danúbio depois das 06:30 TMG (07:30 em Lisboa), em Gyor.
Na segunda-feira, uma fuga de lamas vermelhas de um reservatório de uma fábrica de alumínio na cidade de Ajka (160 quilómetros a oeste de Budapeste) atingiu duas aldeias: Devecser e Kolontar.
Este acidente industrial sem precedentes na Hungria já causou quatro mortos, incluindo uma criança de 14 meses, e mais de 120 feridos. Três pessoas continuam desaparecidas.
Ao longo do percurso, através de vários rios, as lamas vermelhas diluíram-se na água e já não são visíveis a olho nu, devido, em parte, à utilização de agentes neutralizantes pelos bombeiros e operários.
Hoje de manhã, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, visitou Kolontar, onde considerou que a reconstrução das zonas mais destruídas da aldeia era muito problemática.
“Infelizmente, tenho a impressão que qualquer esforço de reconstrução aqui, além da ponte, é inútil2, declarou.
“Provavelmente será preciso criar um novo território para os habitantes da aldeia e destruir esta parte da localidade para sempre, uma vez que é impossível viver aqui”, acrescentou Orban.