Um inquérito divulgado na segunda feira pelo ministério público colombiano indicou que pelo menos 10.084 pessoas foram enterradas sem identificação na Colômbia.
O país foi vítima de um conflito armado desde os anos 60, nomeadamente em regiões onde as milícias paramilitares foram muito activas.
O inquérito foi efectuado pela Unidade justiça e paz do ministério público colombiano, criada para investigar as milícias dissolvidas a partir de 2003.
Segundo resultados parciais que englobam 598 municípios, cerca de metade das cidades e aldeias colombianas (1.103), 10.084 corpos não identificados foram descobertos ou detectados nos cemitérios e valas comuns de 293 municípios, indicou uma fonte judicial.
Embora se ignorem as circunstâncias da morte destas pessoas, a unidade constatou que os departamentos de Antioquia (noroeste) e de Meta (centro) contam com o maior número de casos.
Os dois departamentos têm, respectivamente, 3.573 cadáveres não identificados e 1.363, indicou a mesma fonte, sublinhando que estas regiões foram igualmente afectadas pelas violências das milícias de extrema-direita.
A lei justiça e paz adoptada em 2005 permite aos membros das milícias paramilitares desmobilizadas a partir de 2003, ou seja mais de 30 mil combatentes, beneficiar de amnistias parciais se confessarem os seus crimes.
No âmbito desses testemunhos, a justiça determinou que mais de 30 mil homicídios foram cometidos por estas milícias, criadas durante os anos 80 para combater a guerrilha das Forças armadas revolucionários da Colômbia (FARC).
Muitas vítimas foram enterradas em valas comuns
jn