A força da NATO no Afeganistão acusou hoje, quarta-feira, os rebeldes talibãs de terem morto mais de 100 civis afegãos e de terem ferido mais de 200 outros em Outubro, considerando um logro a vontade dos rebeldes de proteger civis.
"A rebelião continua a manifestar uma bela hipocrisia quando se comparam os seus discursos sobre a protecção dos civis e os seus actos no Afeganistão", declarou um porta-voz da força internacional, o vice-almirante Vic Beck, em comunicado.
"A sua mensagem não é conforme à realidade, que todos os dias os vê matar, ferir e intimidar deliberadamente civis", acrescentou.
Segundo a NATO, as bombas colocadas pelos rebeldes visam apenas as forças afegãs e da NATO ou os civis que trabalham para estes últimos, mas igualmente e deliberadamente as mulheres e as crianças.
Ainda de acordo com a NATO, os talibãs impedem igualmente a população de aceder aos serviços básicos e impõem-lhe "uma ideologia extremista".
Os rebeldes acusam a NATO de matar milhares de civis todos os anos, nomeadamente através de bombardeamentos aéreos.
A força internacional desmente, admitindo ao mesmo tempo erros ocasionais.
Nove anos após a sua chegada ao país para derrubar os talibãs do poder, a força internacional liderada pelos Estados Unidos tenta actualmente afastar os rebeldes de vários dos seus bastiões no Sul do país.
Quase 150 mil soldados estrangeiros, sendo dois terços norte-americanos, estão destacados no Afeganistão para apoiar o governo de Cabul perante a revolta efectuada pelos talibãs, que ganhou o terreno nos últimos três anos, apesar do envio regular de reforços ocidentais.
As tropas internacionais sofrem todos os anos perdas recorde (630 mortos desde o início de 2010, segundo o site de Internet especializado icasualties.org), que contribuem para tornar esta intervenção militar impopular no Ocidente
jn