Já está está em Portugal e em prisão preventiva, em Leiria, o homem acusado de ter burlado um laboratório de análises clínicas em cerca de 1,5 milhões de euros, fazendo-se passar por médico da ONU. A mulher, co-autora do crime, está em liberdade.
Dias antes da operação desencadeada pela Polícia Judiciária de Leiria, em Outubro de 2008, Joaquim Lopes Francisco conseguiu fugir para o Brasil, através de Espanha, e por lá se manteve escondido. Acabaria por ser localizado e detido, em Março de 2009, num hotel de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais.
A extradição pedida pelas autoridades portugueses acabou por se concretizar na última semana, mas só depois de o homem responder, no Brasil, por "um crime menor", disse fonte policial. Joaquim Lopes Francisco foi já presente ao juiz de instrução criminal do Tribunal de Leiria, que ordenou a sua prisão preventiva.
Ele e a mulher, Sandra - que depois de ter estado cinco meses detida preventivamente, foi colocada em liberdade -, estão acusados, pelo Ministério Público (MP), de terem burlado um grupo empresarial que chegou a pagar 1, 5 milhões de euros por um falso negócio na República Dominicana.
De acordo com o MP, o valor total do falso negócio ascendia a 2,1 milhões de euros, supostamente destinados à aquisição de propriedades na República Dominicana - uma farmácia ("La Milagrosa") e terrenos adjacentes, onde seriam construídos um hospital e um laboratório de análises clínicas.
O casal, conseguiu convencer os proprietários do grupo "Beatriz Godinho", ligado ao sector das análises clínicas, a desembolsar 1,313 milhões de euros.
Refere o MP, que os primeiros contactos foram estabelecidos por Sandra durante uma visita que ela efectuou a um dos vários laboratórios da empresa. Terá dito, na ocasião, que o ex-marido era médico da organização "Médicos sem Fronteiras" e sócio de uma clínica na região de Punta Cana, República Dominicana.
Referiu, ainda, "a dificuldade que ele tinha em obter medicamentos e auxiliares de diagnóstico" e sugeriu a possibilidade de um encontro. As reuniões ocorreram no Verão de 2008 e o casal apresentou projectos e valores. Terão garantido, também, a comparticipação financeira, em 75% do investimento, do Governo da República Dominicana.
Os empresários foram emitindo cheques até meados de Agosto de 2008, quando começaram a ter dúvidas sobre o negócio. Quando estas se tornaram mais sérias, cancelaram os últimos cheques.
jn