Há níveis elevados de radioactividade natural no concelho de Amarante, que podem provocar cancro nos pulmões, leucemia infantil ou aterosclerose – uma doença que danifica as veias. A garantia é de Lisa Martins, da Universidade de Trás-os-Montes que concluiu recentemente um estudo sobre recursos geológicos, em Amarante. A autarquia, contactada pelo CM, disse que não tem tido conhecimento de particular incidência de doença no concelho, mas que vai aprofundar o estudo.
A investigação, que estudou o ambiente em 73 habitações, garante que foram detectados elevados níveis de radão, um gás produzido pelo urânio que existe em alguns tipos de granito em Amarante. Em trinta e cinco casas (48%), os valores de radioactividade eram superiores ao máximo admissível pelas recomendações da União Europeia. Em quatro habitações, os níveis registados eram cinco vezes superiores ao recomendado.
Segundo a autora, Lisa Martins, a exposição a longo prazo a níveis elevados de radão é que é responsável pela contracção de doenças, pelo que a investigadora recomenda a ventilação regular das casas para diminuir a acumulação do gás, responsável pela ema- nação da radiação.
Atenta à situação está a Câmara de Amarante, que promete estudar o fenómeno. "Não creio que haja uma especial incidência de doenças ligadas à radioactividade no concelho de Amarante, mas, de qualquer forma, vamos acompanhar e aprofundar esse estudo, para perceber melhor o nosso meio ambiente", disse ao CM o presidente da câmara, Armindo Abreu.
O estudo, que constitui uma tese de mestrado, concluiu pela existência de elevadas quantidades de gás radão, particularmente na zona do centro histórico da cidade e também na freguesia de Padronelo. Na mesma investigação foram recolhidas 15 amostras de água, em que seis apresentavam níveis superiores ao recomendado.
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