Os mortos resultantes dos tumultos que assolam a Tunísia mereceram um minuto de silêncio a anteceder o encontro com a França e a utilização de "fumos" nos braços dos jogadores. Mas a emoção, pela situação que se vive naquele país africano, prosseguiu nas bancadas e dentro das quatro linhas. "Chorámos dentro do campo", reconheceram os tunisinos no final da partida do Grupo A do Mundial da Suécia.
O resultado (32-19) acabou por ser o menos importante para um grupo de jogadores que durante o intervalo foi informado da fuga do presidente do país, Zine El Abidine Ben Ali. "Não podíamos estar concentrados. Estávamos presentes com o corpo, mas a alma estava na Tunísia, onde havia sangue nas ruas", explicou o jogador Anouar Ayed, um tunisino que joga no Toulouse (França), ainda de lágrimas nos olhos.
No final do encontro, o seleccionador, Marouen Maggaiz, revelou que "os jogadores vestiram-se o mais rápido possível, para recolherem informações e ligarem a seus familiares no país".
Para o resto do Mundial, Anouar Ayed refere que a Tunísia irá jogar com a esperança "de um presidente melhor e para honrar os muitos que morreram por nós e pelas nossas crianças".
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