demoura
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Data de inscrição : 30/01/2010
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 | |  Matou filho da ex-companheira após várias ameaças de morte | |
Ana, 56 anos, foi durante meses ameaçada de morte, perseguida e viu o filho morrer baleado à sua frente. O ex-companheiro Hermando, o autor dos disparos, de 64 anos, começará a ser julgado em breve no Tribunal do Bombarral, apenas pelo crime de homicídio.
Apesar de toda a prova produzida durante a fase de instrução, o juiz decidiu não pronunciar o suspeito pelos crimes de violência doméstica, homicídio qualificado e ameaça. O magistrado indeferiu a produção de prova, requerida por Ana em sede de abertura de instrução, e alegou não haver indícios da prática destes crimes.
A decisão do juiz de instrução motivou um recurso por parte da defesa da família da vítima, que aguarda ainda parecer do Tribunal da Relação de Lisboa.
Ana conheceu Hermando em Janeiro de 2007 e com ele manteve um relacionamento até Dezembro de 2008. O produtor de fruta do Cadaval nunca se conformou com o fim da relação.
De acordo com a investigação da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, o arguido alega que Ana lhe deve dinheiro por ter tratado de uns pomares, enquanto mantiveram a relação, mas a ex-companheira nega, “pelo que existe um conflito entre ambos relacionado com esta questão”.
Hermando “não aceitou a ruptura” e, “inconformado com a rejeição”, a 16 de Maio e a 12 de Setembro de 2009, cerca das 22,20 horas, dirigiu-se à residência de Ana e “disparou pelo menos três tiros, cujo invólucros vieram a ser encontrados por Ana”.
Antes dos disparos, e segundo a PJ, o arguido “vinha anunciando que mataria Ana, a sogra desta e o seu filho, Paulo”, e a 15 de Maio foi visto “a deambular no exterior da residência” da sua ex-companheira, no Bombarral. Cartas, mensagens de telemóvel e telefonemas “com ameaças” foram sendo recebidos por Ana e Paulo.
A 6 de Agosto, Paulo recebeu um telefonema de um amigo “avisando-o para ter cuidado” porque “o arguido andava a dizer que matava a mãe, a avó e a ele”. Dois dias depois, continua a PJ, Hermando “passou conduzindo o seu automóvel junto à residência de Ana, e efectuou alguns disparos”.
Uma conferência nos Julgados de Paz, em Óbidos, a 2 de Dezembro, relacionada com a alegada dívida que o arguido diz existir, viria a incendiar ainda mais os ânimos entre o suspeito e a família da vítima. Perante um acordo frustrado, Hermando terá dito a Paulo “para este ter cuidado porque se tinha metido com o diabo”.
A 4 de Dezembro, pelas 18 horas, o arguido avistou Ana no parque de estacionamento do supermercado “Mini Preço” no Bombarral, “inverteu a marcha” e dirigiu-se ao local. Refere o Ministério Público (MP) que Ana quando viu o suspeito, telefonou ao filho e ele foi ter com ela.
Ana entrou no seu veículo, iniciou a marcha para sair do local, mas ficou parada no cruzamento da EN8 “em virtude do tráfego existente”. Atrás de si já se encontrava Hermando, que parou depois a viatura a cerca de dois metros do carro de Ana. Abriu a janela “e encetou um diálogo” com a ex-companheira, até que chegou ao local Paulo Llado do filho e que este pediu ao arguido que “se fosse embora” e que deixasse a mãe “viver a vida dela em paz”.
Sentado no seu veículo, Hermando empunhou uma pistola semi-automática, calibre 6,35 milímetros, esticou o braço na direcção da janela, apontou-a a Paulo e efectuou dois disparos e matou o filho da ex-companheira.
"jn"
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