Um horto de Carregosa (Oliveira de Azeméis) já foi alvo de 23 assaltos. Destes, 19 foram efectuados pelo mesmo indivíduo que, apesar de estar a cumprir pena suspensa por cinco anos, voltou a assaltar o estabelecimento. Ontem, ficou em prisão preventiva.
Foram pelo menos 19 os assaltos que o mesmo homem, de 25 anos, efectuou ao horto Eurobotânica. O indivíduo, residente a escassas centenas de metros do horto, esteve em prisão preventiva, mas acabou condenado a cinco anos de prisão com pena suspensa por igual período pelos crimes relacionados com os assaltos ali efectuados.
Na madrugada de 2 de Outubro último, ainda a cumprir a pena suspensa, decidiu assaltar mais uma vez o Eurobotânica. Anteontem, o Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Oliveira de Azeméis procedeu a uma busca e acabou por relacionar o suspeito com este último assalto. Foi detido e presente ao Tribunal, que lhe decretou prisão preventiva.
O proprietário do horto, Manuel Silva, afirma que, desde 2007, os assaltos ao seu negócio transformaram-se num "recorde" desagradável.
"Estou a passar por uma autêntica saga de assaltos", referiu.
E não esconde que os sucessivos assaltos lhe acabaram por provocar vários tipos de sensações. "Sinto revolta, angústia e impunidade" salienta o empresário, exclamando: "Já nem sei para onde me virar!".
Apesar de reconhecer que numa situação destas é fácil perder o discernimento, considera que é necessário "ter muito sangue frio" e "tentar acreditar na Justiça". Mas quando é questionado se acredita efectivamente na Justiça, depois de ter sido vítima de tantos assaltos, fez um longo silêncio. "Prefiro responder com o meu silêncio", explicou. Contudo, faz questão de ressalvar o que considera ser o "excelente trabalho" que tem sido feito pelos elementos do NIC ao longo dos últimos anos. "Se não fosse a dedicação deles, isto seria bem pior", comentou.
Na maioria dos assaltos, o ladrão levou o dinheiro da caixa registadora e ainda provocou prejuízos elevados no negócio.
"Há alturas em que, ao chegarmos à porta, nos apercebemos logo que fomos assaltados. A destruição é tanta que me deixa mais inconformado", explicou.
Manuel Silva lembra que o número de assaltos pode até ser motivo para especulações injustas. E refere, por isso, que não tem nenhum seguro que cobra os danos causados pelos roubos que tem sido alvo.
"jn"