O Ministério Público e a defesa esgrimiram ontem à noite, terça-feira, durante mais de duas horas, no Tribunal de Leiria, argumentos sobre as medidas de coacção que deverão ser impostas hoje, quarta-feira, aos detidos no âmbito da operação "Máfia do Oeste".
As medidas de coacção dos quatro italianos e dois portugueses detidos na quinta-feira, no concelho do Bombarral, têm divulgação prevista para cerca das 21 horas, segundo fonte judicial.
Os seis indivíduos, entre os quais Giovanni Lore, alvo de um mandado de detenção europeu e apontado como um dos líderes da máfia siciliana, foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) e sobre eles recaem suspeitas da prática dos crimes de burla qualificada, furto e viciação de veículos, recetação, associação criminosa e branqueamento de capitais.
Durante a operação "Máfia do Oeste", a PJ apreendeu-lhes "diversos veículos, vários computadores e pens, muita documentação comercial, carimbos de firmas clonadas e uma arma de fogo".
Uma mulher brasileira - namorada de um dos italianos detidos, segundo fonte judicial -, que foi detida na mesma operação por se encontrar ilegal em Portugal, passou à condição de testemunha no processo.
Entretanto, viu suspensa a ordem de expulsão do país, por ter apresentado "motivos adicionais" não revelados ao tribunal.
Já o caso referente ao mandado de detenção europeu que pendia sobre Giovanni Lore será apreciado nas próximas semanas pelo Tribunal da Relação de Lisboa.
Na noite de terça-feira, à saída do Tribunal de Leiria, o advogado dos suspeitos, João Leitão, lamentou que o processo tenha sido "mediatizado por parte de quem investiga".
"jn"