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Sabdra martins diz que aprendeu a lição: "Chave na ignição e os meninos no carro nunca mais"

Duas crianças, irmãs, foram levadas por um assaltante que furtou a viatura em que se encontravam, deixada aberta e com a chave na ignição pela mãe, à porta de casa, em Ponte, Guimarães. As crianças foram deixadas ilesas junto a uma farmácia, a 15 quilómetros.
Durante cerca de 40 minutos temeu-se pela sorte da menina, de dois anos, e do rapaz, de sete. A mãe, Sandra Martins, de 31 anos, deixara-os por breves momentos, cerca da uma da tarde, dentro do seu Mini Cooper, à porta de casa, na Rua de S. João Baptista, em Taipas, Guimarães. Em segundos, o gesto rotineiro tornou-se num drama.
"Tive de ir a casa, mas foi um instante. Deixei os meninos e a chave na ignição do carro e quando voltei não estava lá nada", contou a mãe, trabalhadora de uma fábrica de calçado, ao JN. Segundo terá mais tarde narrado o menino, mal a mãe saiu um homem, jovem, entrou e arrancou a grande velocidade. "Foi o tempo de eu entrar no elevador", relembra Sandra, mal refeita do choque.
O carro foi visto a passar pelo próprio pai das crianças que trabalha numa loja de vestuário, na mesma rua. Um irmão de Sandra falou com o progenitor e lembra o que ele lhe contou. "O meu cunhado ainda viu o carro a entrar aqui na rua a grande velocidade. Mas nunca lhe passou pela cabeça que era um ladrão que ia a conduzir", relata Sérgio Martins, explicando que a viatura tem vidros fumados.
Quando chegou à porta do prédio e não viu nem carro nem crianças Sandra correu desesperada até à loja onde trabalha o marido, a escassos metros. "Foi um sufoco", desabafa. Pouco depois, a GNR era avisada e um alerta lançado para toda a região. Logo que o caso se tornou conhecido, foram também muitos os vizinhos que logo se prontificaram a ajudar na busca.
A ansiedade, o pânico e a incerteza pelo destino das crianças só terminariam cerca de 40 minutos depois e as boas notícias chegariam através da GNR. As duas crianças acabavam de ser deixadas pelo ladrão à porta da Farmácia de Joane, Famalicão, a cerca de 15 quilómetros. Como o próprio menino contou ao farmacêutico, o assaltante dissera-lhes que era amigo do tio e que este estaria à sua espera no estabelecimento. Pelo caminho, apurou o JN, o indivíduo terá feito um telefonema e parado na casa de um alegado amigo. Quando o menino contou o sucedido, os funcionários da farmácia avisaram de imediato a GNR local, que transportou as crianças até ao posto das Taipas, que serve Ponte, onde os pais já os aguardavam. "Mal nos viram começaram a chorar", conta Sandra.
"Foi um sufoco. Nunca pensamos que estas coisas nos podem acontecer a nós. Se calhar estava a ser seguida e não tinha dado por ela", lamentava Sandra Martins, ao princípio da noite, à saída do hospital de Guimarães, onde o filho foi visto por médicos. A criança está bem fisicamente, mas "mais parado do que é hábito", diz a mãe. Hoje, será visto por um psicólogo.
O medo já passou, mas Sandra diz ter aprendido a lição: "Chave na ignição e os meninos no carro nunca mais".

jn