Nove anos de prisão para um dos arguidos foi a pena mais pesada aplicada, ontem, ao "gangue de Coimbrões", em Gaia. Os 10 acusados, uns por roubos armados, outros por tráfico, tiveram sortes distintas: penas efectivas para quatro, suspensas para seis.
Os juízes do Tribunal de Gaia deram como provada a generalidade da acusação, sobretudo no que diz respeito aos crimes mais violentos - cinco dos arguidos, com idades entre os 21 e os 29 anos, participaram de forma alternada em três roubos à mão armada a fornecedores de tabaco, no concelho de Gaia.
Em causa estavam ataques desferidos entre Julho de 2007 e Agosto de 2008 a funcionários da mesma firma, durante as rondas. Os visados eram surpreendidos por encapuzados quando se encontravam a abastecer cafés, ameaçados com armas - inclusive uma pistola-metralhadora - e chegaram a ser mantidos sob sequestro nas próprias carrinhas, até que o gangue procedesse à transferência da mercadoria para outras viaturas.
Ao todo, os três assaltos dados como provados pelo colectivo de juízes causaram prejuízos na ordem dos 66 mil euros, contando com dinheiro e mercadoria.
Mas do processo investigado pela Polícia Judiciária constavam, também, crimes de tráfico de droga, imputados à maior parte dos indivíduos, todos eles oriundos do concelho de Gaia.
Mário Martins, de 23 anos, acabou por ser sujeito à pena mais elevada: nove anos de prisão. Além de crimes de roubo agravado, furto, sequestro e tráfico, foi condenado por posse de arma proibida, no caso a pistola-metralhadora "TEC9" - modelo raro no nosso país - que lhe foi apreendida nas buscas da Polícia Judiciária no imóvel onde residia, em Santa Marinha, Gaia.
Os outros quatro condenados pelos roubos tiveram sortes diferentes. A dois foram determinadas penas de prisão efectiva no máximo até sete anos e os restantes viram ser suspensas as condenações até quatro anos e nove meses
Um deles, Fábio Peixoto, de 21 anos, que se encontrava em prisão preventiva, foi de imediato colocado em liberdade. O tribunal entendeu que deveria beneficiar do regime especial para jovens e teve também em consideração a falta de antecedentes criminais.
Também a pena efectiva, de seis anos e dois meses, foi sentenciado Márcio Rodrigues, 33 anos, mas por tráfico de droga.
jn