Um grupo encapuzado e armado roubou duas máquinas de tabaco, ontem de madrugada, em dois cafés, um em Gandra, Paredes, e outro em Sobrado, Valongo. No primeiro dispararam dois tiros,atingindo, sem gravidade, um vizinho.
Fernando Soares, de 46 anos, estava a dormir, cerca da 1.55 horas de ontem, quando foi acordado pela mulher que notou a presença estranha de um grupo de quatro homens junto ao Café D. Fernando, debaixo do apartamento, na Avenida Joaquim Ribeiro da Mota, Gandra, Paredes.
"A minha mulher acendeu a luz e dirigiu-se à janela. Ouviu um disparo para o ar, um tiro de aviso, e recuou. Entretanto, eu decidi ir à janela e vi, pelo menos, dois carros e dois indivíduos encapuzados. Um deles estava armado com uma caçadeira e mandou-me recolher para dentro de casa.
Disparou contra a persiana e ainda fui atingido por restos de chumbo", conta Fernando Soares. Ligeiramente ferido, foi receber tratamento ao Hospital Padre Américo do Vale do Sousa, em Penafiel.
Emigrado na África do Sul há vários anos, Fernando Soares mostrava-se ontem muito revoltado com a situação aflitiva que passou. "O problema do país é que estes indivíduos andam à solta e até matam. A Justiça deveria ter mão muito mais pesada. Estou a pensar regressar à África do Sul, onde a lei é mais dura do que aqui", desabafou.
Ao que o JN apurou de fonte policial, ao Café D. Fernando, arrendado há pouco tempo, chegaram quatro encapuzados em três automóveis (um Audi cinzento, uma Renault Traffic e uma Renaul Kangoo). Dois homens ficaram a vigiar a zona, um deles estava armado com uma shotgun, enquanto os colegas, também encapuzados, estroncaram a fechadura da porta de vidro e arrastaram a máquina de tabaco para o exterior, carregando-a para a carrinha.
Pouco depois, cerca das 2.15 horas, o mesmo grupo terá roubado outra máquina de tabaco, desta vez no Pão Quente "Bom Doce", na Rua de S. João, em Sobrado, Valongo. Ali, disse a proprietária, não houve disparos, mas o grupo acabou por entrar no café, pelo mesmo método.
Visivelmente transtornada, a dona do café não quis prestar declarações, mantendo muitas críticas à forma como a Justiça resolve estes casos.
Esta foi a primeira vez que os dois cafés, cuja inauguração tem pouco mais de um mês, foram assaltados, deixando os proprietários desolados e assustados com este tipo de violência.
A GNR de Campo e de Lordelo (Paredes) tomaram conta da ocorrência, estando já a Polícia Judiciária do Porto a investigar os dois crimes.


jn