Uma recente operação levou a Administração de Segurança nos Transportes dos EUA a cancelar alguns voos da UPS por terem sido encontrados pacotes que poderiam conter bombas. Este mês, a revista "Inspire", que os analistas dizem pertencer à al-Qaeda, conta como e quanto gastou a organização: 3070 euros.
A "Inspire" dedica a sua última edição a contar o enredo da operação que baptizou como "Operação hemorragia". "A operação conseguiu atingir seus objectivos. Agradecemos a Deus pela sua benção", lê-se na revista, que saiu pela primeira vez em Julho e cujo mais recente número chegou às bancas no passado sábado.
O artigo da al-Qaeda na Península Árabe reivindica a responsabilidade da colocação de bombas disfarçadas de cartuchos em alguns aviões de carga no dia 29 de Outubro. Nesse dia, as autoridades locais no Reino Unido, onde um voo fez escala, e nos Emirados Árabes Unidos interceptaram pacotes suspeitos nos aviões que vinham do Iémen com destino aos EUA.
Os bombistas da al-Qaeda planeram tudo, de forma a que as bombas conseguissem iludir os dispositivos de segurança e os próprios cães pisteiros, conta o artigo. E enumera os métodos para evitar a detecção da segurança, revelando de que forma uma bomba pode ser disfarçada de cartuchos para impressoras.
O artigo da revista também reivindica a responsabilidade pelo acidente de 3 de Setembro de um voo da UPS, no Dubai, Emirados Árabes Unidos, que matou os dois tripulantes.
O boletim de segurança divulgado no início deste mês pelo Departamento de Segurança Interna do FBI afirma que "outras organizações terroristas têm falsamente reivindicado a autoria do atentado apenas para conseguir impacto mediático e para reforçar a sua imagem e a percepção externa da sua capacidade operacional".
A "Inspire" elogia ainda o atentado do 11 de Setembro de 2001 contra os Estados Unidos e o elevado número de mortes. E ameçam com ataques menores e mais simples para o futuro.
"É mais fácil realizar ataques menores que envolvam menos agentes e menos tempo de preparação. Podemos contornar as barreiras de segurança que a América tanto trabalhou para construir", escreve a "Inspire", designando esta ideia como "estratégia de mil cortes."
A revista esclarece também que esta estratégia serve para aumentar os custos da segurança nos países-alvo, especialmente os EUA, colocando um peso enorme sobre uma economia que já está enfraquecida.
O artigo dirige, finalmente, uma mensagem ao presidente dos EUA, Barack Obama, e dá a indicação de que as bombas tinham como destino as sinagogas de Chicago, por ser a cidade de Obama.
"Conseguimos fazer cair dois aviões num ano e vamos continuar a orientar os nossos ataques para os EUA e seus aliados."
jn