Vários moradores de Segadães, Águeda, enfrentaram e retiveram, anteontem, terça-feira, à noite, um casal, por suspeita de dezenas de furtos em casas e carros Quando a GNR chegou, encontrou carteiras e documentos escondidos na casa cercada pelos populares.
Um homem, de 23 anos, e uma mulher, de 28, de Pinheiro da Bemposta, que há um mês alugaram uma casa, em Segadães, são suspeitos dos furtos que, desde então, começaram a assolar aquela pequena localidade rural.
Fartos de tanto assalto, vários moradores da zona juntaram-se, anteontem à noite, e dirigiram-se à habitação do casal para exigir os bens furtados. Chamaram a GNR e impediram que os dois suspeitos abandonassem o local até à chegada dos militares.
"Desde que chegaram, nunca mais houve sossego", desabafou ontem uma vizinha, pedindo para não ser identificada. "Começaram a desaparecer coisas das casas, dos carros e dos quintais. Muitas pessoas suspeitavam deles", acrescentou.
Manuel Duarte, presidente da Junta de Freguesia, confirma as desconfianças. "Nunca os vi, apesar de morarem aqui perto. Ninguém sabe o que faziam ou onde trabalhavam. De dia era tudo muito calmo, não se via nada. De noite, os vizinhos dizem que havia muito movimento e corrupio de carros. Desde que eles chegaram que foram assaltadas várias casas e carros aqui em Segadães", relatou.
Os senhorios da casa, uma família que também mora na localidade, disseram apenas só conheceram o casal no momento em que lhes arrendaeram a habitação.
A "gota de água" que levou ao pequeno levantamento popular aconteceu na passada segunda-feira, quando "roubaram a carteira a uma rapariga e, com o cartão multibanco, levantaram 800 euros. Como já suspeitavam deles, os familiares e as pessoas da terra foram lá tirar satisfações. Enquanto a Guarda não chegou, não os deixaram fugir", contou outra vizinha.
Quando a GNR apareceu, cerca das 21.40 horas, uma dezena de populares concentrava-se em frente à habitação. Os militares efectuaram buscas na casa, encontrando vários documentos pessoais, uma mala de senhora, quatro carteiras, dois cartões multibanco, um telemóvel, um autorádio, 200 euros em dinheiro e documentos bancários relativos ao levantamento de 800 euros.
De acordo com fonte da GNR, o casal á estava referenciado por crimes semelhantes em Oliveira de Azeméis e Cantanhede. Mudavam de localidade com muita frequência e efectuavam pequenos furtos nos sítios onde se estabeleciam. Os dois suspeitos foram identificados e compareceram, ontem, no Tribunal de Águeda, mas não ficaram presos.
jn