demoura super moderador
Data de inscrição : 30/01/2010 Idade : 44
| | Disparou contra sobrinhos que destruíram vedação | |
Partilha de um terreno na origem de discussões antigas entre a família
As guerras são antigas, mas intensificaram-se há três meses com a descoberta de uma escritura de um terreno. Ontem, Augusto, 78 anos, não gostou de ver os sobrinhos a tirarem uma cerca, na freuesia de Ourém, e disparou a caçadeira, ferindo um deles com gravidade.
Há muitos anos que estão para ser feitas as partilhas referentes a um terreno de cinco mil metros quadrados, junto à estrada que liga Atouguia ao Escandarão, freguesia de Ourém. As discussões passaram dos bisavós para os avós e agora para os filhos. Há três meses, Augusto Lopes deslocou-se ao notário, em Tomar, e fez uma escritura de usucapião do terreno, localizado junto à sua residência. Os sobrinhos descobriram e os ânimos azedaram.
Por essa altura, Augusto terá vedado o terreno, isolando-o da estrada, e construído uma cerca para colocar os animais. A situação alterou-se ontem de manhã, quando os sobrinhos, também eles proprietários do terreno, verificaram a existência de obras.
"Acordei com o som de umas máquinas e fui ver o que era. Achei de mais. Ele andava a fazer terraplanagens num terreno que não era dele" contou um dos sobrinhos. Depois de ter chamado o irmão, os dois homens dirigiram-se ao terreno. Deveriam ser 15 horas. Um deles levou o tractor e começou a arrancar as cercas que o tio tinha colocado no terreno.
"Eu estava aqui a trabalhar com a máquina, a tirar umas terras, e vi os sobrinhos no tractor a arrancarem as redes", contou António Gameiro, garantindo que Augusto "ficou todo enervado". Admite não ter ouvido os disparos, porque só parou a máquina depois.
"Ele disparou uns tiros e foi para casa. Não sei mais nada" conta António garantindo que "a culpa é deles (sobrinhos) porque vieram para aqui causar problemas". "Eles é que são os causadores disto tudo. O homem não estava a fazer mal nenhum", assegurou.
Opinião diferente tem um dos sobrinhos. "Quando vi as obras e a máquinas, peguei no tractor e fui arrancar as vedações. Ele não pode andar a mexer naquilo que não é dele" sustentou. Conta que o irmão, de 42 anos, se escondeu atrás de uma oliveira e que foi baleado nas costas, e que o tio terá disparado "uns seis tiros".
Refugiado em casa, Augusto só acedeu entregar-se à GNR cerca das 17.30 horas. Foi levado para o posto de Ourém, onde a Polícia Judiciária o foi buscar. Regressou a casa para revelar o local onde tinha deixado a arma e contar aos inspectores o que tinha acontecido.
"jn"
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