Duas crianças, de um e três anos de idade, foram retiradas à força à mãe, por familiares, que alegaram que os menores estavam a ser maltratados. Acabaram por ser detidos pela PJ, por rapto, depois de entregarem as crianças no posto da GNR de Oliveira de Azeméis.
Uma irmã da mãe, um irmão e a companheira deste, com idades entre os 23 e os 58 anos, são os detidos e deverão responder por rapto, segundo um comunicado divulgado ontem pela Directoria do Norte da Polícia Judiciária.
Os três terão agredido a mãe das crianças, no interior da sua casa, em Oliveira de Azeméis, anteontem, antes de se porem em fuga com os menores.
Da residência - um pequeno anexo de outra habitação - os menores foram levados para casa dos avós maternos, nos arredores de Águeda. Depois de pedida a intervenção das autoridades, o caso acabou por ser entregue à Polícia Judiciária. No decurso das diligências que se seguiram, os tios das crianças terão sido convencidos a entregá-las no posto da GNR de Oliveira de Azeméis, o que acabou por acontecer ao fim de seis horas.
Avó quer crianças com a mãeOntem, em casa dos avós, em Barrô, Águeda, o clima era de preocupação. Rosa Almeida, avó materna das crianças, confessou ao JN o seu receio de que a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco ou outra instituição retirem a guarda dos menores à filha. E por isso tem estado a ajudá-la. Antes, o Estado já tinha levado as crianças a uma outra filha e Rosa Almeida não quer repetir a experiência.
"Esta minha filha estava sem companheiro e sem trabalhar. Nós é que a estávamos a ajudar, dando dinheiro para a renda da casa e alguma comida. Espero que não lhe tirem os filhos depois desta confusão. Se for preciso, nós tomamos conta das crianças", disse Rosa, empregada numa fábrica de mobiliário, enquanto aguardava a chegada do marido.
De acordo com diversos vizinhos, que pediram para não ser identificados, por temerem represálias, existirá um historial de conflitos na família, que estará actualmente atenuado.
As duas crianças já foram entregues pelas autoridades à progenitora que o JN tentou, sem sucesso, ouvir durante o dia de ontem.
Os três familiares detidos pela Polícia Judiciária já foram ontem presentes a tribunal para determinação das respectivas medidas de coacção.
jn