Mais um casal foi alvo de um assalto violento em Santa Maria da Feira. Em Fiães, os ladrões dispararam contra o proprietário de uma residência e feriram um vizinho. A população anda alarmada com tanto roubo e exige mais policiamento.
Na madrugada da passada de terça-feira, um casal de Nogueira da Regedoura foi sequestrado em casa, tendo o homem sido ferido a tiro. O casal ficou sem objectos em ouro e sem carro, depois incendiado pelos ladrões. Ontem, foi a vez de um casal de Fiães ficar sem um cofre e a viatura, numa noite que ficou ainda marcada por tiros.
“Estava a dormir quando acordei com um barulho”. “Pensei que era na rua”, contou, ao JN, Artur Silva, de 84 anos. “Levantei-me e fui à cozinha. Mas, ao fundo do corredor, colocaram cadeiras para eu não poder passar. Disse logo à minha mulher: fomos assaltados”, explicou.
Mesmo assim, Artur Silva acabaria por ir à cozinha ver o que se passava. Mas ao chegar à porta quase eram atingido por um tiro, disparado pelos assaltantes, que furou o vidro da porta de entrada e o do que divide o corredor da cozinha. “Os chumbos ainda tocaram no meu cabelo”, referiu. “Dispararam pelo menos três tiros. Apanhamos um susto muito grande”, lembrou, ainda mal recomposto com o sucedido.
Os tiros alertaram um vizinho, que saiu de casa a correr para o exterior, em direcção à residência de Artur Silva. Mas, ao chegar ao portão, foi confrontado com três homens, encapuzados e armados. Decidiu fugir quando dispararam um tiro que o atingiu ligeiramente no rosto.
Os ladrões ainda tiveram tempo para tirar da habitação um pesado cofre contendo pouco mais de 100 euros e vários objectos em ouro, avaliados em 4 mil euros. Roubaram ainda mais 430 euros, que estavam nos bolsos de umas calças de Artur Silva.
Depois de terem fechado o idoso em casa, fugiram no Renault Clio do casal, que abandonaram em Nogueira da Regedoura, muito danificado. Só de manhã Artur Silva se apercebeu que os ladrões por uma zona de cultivo nas traseiras da habitação, após cortarem uma rede de metal. “Eles sabiam ao que vinham”, afirmou.
Artur Silva diz que o vizinho, ferido com o tiro, foi trabalhar e não quis ir ao hospital. “Ainda ontem ele estava a comentar que não podia faltar ao trabalho por causa dos assaltos. É que na noite anterior assaltaram também o café do filho dele”, explicou.
Na Rua do Canto, onde ocorreu o assalto, preocupados, os moradores exigem mais policiamento. “É raro o dia em que não ouvimos falar de assaltos”, diz um. “Isto cada vez está pior e agora já nem se vê a GNR a fazer rondas com frequência. Sabemos que não têm homens suficientes, mas isto não pode continuar assim”, afirma outro morador.
"JN"