Surpreendido quando dormia, João Sousa, 70 anos, não teve hipótese de defesa. Nem tão pouco conseguiu descrever quem lhe invadiu a residência, ontem, na Senhora da Hora (Matosinhos), e o agrediu com brutalidade para roubar 150 euros.
"Não consegui ver ninguém. Estava escuro e foi muito rápido", terá dito o reformado, após ter sido encontrado, ensanguentado, no quarto, já depois das seis horas da manhã. Com ferimentos na cara e na cabeça, João Sousa deu entrada no Hospital de Pedro Hispano, em Matosinhos, sendo depois transferido para o Hospital de S. João, no Porto, para ser sujeito a mais exames.
O alvo do assalto foi uma habitação no rés-do-chão de um prédio, na Travessa Vasco da Gama, perto da linha do metro. A vítima reside com uma filha e um irmão, este com 65 anos e acamado, que não foram abordados pelo(s) assaltante(s).
"Às quatro horas ouvi um barulho que parecia ser de umas tábuas a bater e alguém a gemer. Mas pensei que fosse alguma coisa na rua e nem arrisquei abrir a janela, com medo. Passados uns minutos, ficou tudo sossegado e não liguei mais", lembrou a filha de João, Maria de Fátima Sousa.
Cerca de duas horas depois, a moradora voltou a acordar sobressaltada, desta vez com o pedido desesperado de socorro do pai. "Ele começou a bater na parede. Fui logo ao quarto dele, que tinha a porta fechada. Estava com o pijama cheio de sangue, tinha um olho inchado e parecia que lhe tinham espetado qualquer coisa no pescoço", descreveu Maria de Fátima, que foi de imediato pedir a juda a uma vizinha.
Ao que tudo indica, João Sousa terá desmaiado na sequência das agressões e recuperou os sentidos duas horas depois. O quarto foi remexido, tendo sido roubada a carteira do reformado - com cerca de 150 euros em dinheiro - que seria encontrada, pouco depois, abandonada perto do recinto da feira da Senhora da Hora, só com os documentos.
"O meu pai estava consciente e disse que não conseguiu ver quem o tinha assaltado. Não sabe se foi um ou mais indivíduos", contou a filha, lamentando a violência empregue: "Há pessoas que por dinheiro são capazes de tudo".
O modo de intrusão na residência é uma incógnita. Aparentemente, não havia sinais de arrombamento de portas ou janelas. Maria de Fátima ressalvou, a propósito, que, há alguns meses, a chave da casa "desapareceu", pelo que não seja de descartar uma eventual relação com o caso.
APSP está a investigar.
jn