O homem, de 74 anos, que pegou fogo à mulher, em Avintes (Gaia), é suspeito de ter planeado o crime. O garrafão de gasolina que usou para regar a vítima foi comprado duas semanas antes e os fósforos no próprio dia do incidente. Fica em prisão preventiva.
Maria Arminda Leite, de 68 anos, permanecia, ontem, internada no Hospital de S. João, no Porto. Sofreu queimaduras de terceiro grau em 60% do corpo e, segundo fonte daquela unidade, encontrava-se "em situação estável, com prognóstico reservado".
Já Marcos Oliveira, taqueiro, que se entregou à GNR pouco depois do incidente, ao final da tarde de sábado, foi ontem presente ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto, tendo-lhe sido determinada a prisão preventiva e o transporte para o estabelecimento prisional de Custóias. Foi indiciado por crimes de homicídio na forma tentada, incêndio e dano.
A Polícia Judiciária do Porto confirmou, ontem, que o crime teve "motivação passional", num quadro de premeditação. A relação entre o casal, que contraiu matrimónio em Agosto passado, deteriorou-se em pouco tempo, alegadamente por causa ciúmes doentios do septuagenário, que já ia no terceiro casamento. Não aceitava a independência da mulher e não gostava de vê-la sair e conviver com outras pessoas.
Devido à ruptura, o indivíduo estava há 15 dias a morar no carro, um Fiat Punto. No sábado, perseguiu Maria Arminda e interceptou-a quando ela seguia na viatura, em plena rua de Avintes, para tentar a reconciliação. Mas perante a recusa da reformada em dar-lhe nova oportunidade, regou-a com o combustível e ateou o fogo, deixando-a a agonizar até ser socorrida por populares.
As autoridades apreenderam restos do garrafão de plástico, fósforos (inteiros e deflagrados) e a viatura do agressor.
jn