O homem, de 25 anos, acusado de abusar sexualmente dois rapazes, 9 e 15 anos, primos, em Braga, começou, ontem, a ser julgado. O colectivo de juízes interrogou o arguido, Ricardo S., que viveu durante dois anos em casa dos pais de uma das vítimas.
A sessão decorreu à porta fechada. O colectivo de juízes, liderado por Luísa Alvoeiro, encerrou as portas da sala e isso provocou alguma tensão entre as testemunhas do caso que queriam que o julgamento decorresse aberto ao público.
Ao que JN conseguiu apurar, foram ouvidos o registos aúdio das duas crianças. E o arguido, Ricardo S., natural de Guimarães mas a residir na zona de Lomar, em Braga, acusado de ter abusado sexualmente dos dois primos, também prestou declarações.
"Ele [o primo] mantinha o abuso com o meu irmão desde os oito anos de idade e, mais recentemente, com o meu filho, que apenas tem nove anos", contou, revoltada, a mãe e irmã das vítimas, que apenas denunciou o caso após ter descoberto mensagens com "alto" teor sexual no telemóvel do seu irmão.
O pai da vítima mais velha também abordou o repórter do JN e disse que nunca tinha suspeitado de nada, apesar de ter sido alertado pelos professores do filho que algo não estava bem. "Não suspeitei de nada. Ele realmente fechava-se muito e não dizia nada. Nunca pensei que fosse uma coisa assim", afirmou, indignado.
Ninguém pensou que tivesse em casa um alegado "predador sexual". "Ele viveu comigo durante dois anos, depois foi para Espanha trabalhar e regressou. Sempre o ajudamos", explicou a mãe de um menor, que adiantou, ao JN, que o arguido ameaçava as crianças com uma faca, caso elas falassem.
As vítimas estão a receber acompanhamento psicológico, assim como a mãe da de 15 anos. "Ela ficou muito mal com isto. Nunca imaginou que o nosso primo fosse capaz de uma coisa assim", referiu o marido, que revelou que Ricardo S. tinha antecedentes criminais, chegando por isso a cumprir pena.
Ricardo S. está detido em prisão preventiva. O julgamento prossegue no próximo dia 6.
jn