Raptou um jovem de 22 anos e fechou-o num buraco numa zona erma para chantagear a tia da vítima e obrigá-la a entregar-lhe 21 mil euros. Ao longo de três dias o estudante de Coimbra foi obrigado a acompanhar o raptor pelo País, foi agredido, ameaçado de morte e por fim encarcerado num buraco com 1,70 metros de profundidade e tapado com uma laje e quatro blocos de cimento, que pesavam 80 quilos.

Os momentos de pânico vividos por Rúben, a vítima, são descritos na acusação agora deduzida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra contra o autor do rapto, um fugitivo da cadeia de Vale de Judeus, de 34 anos, ex-companheiro da tia do jovem.

Tudo começou na noite de 7 de Junho de 2009, junto a um posto de abastecimento de combustíveis em Coimbra, onde Nuno, o arguido, combinou encontrar-se com Rúben com o pretexto de a vítima lhe devolver o Mercedes CLK que lhe tinha emprestado quando vivia com a tia. Ao chegar ao local, o fugitivo encostou-lhe um revólver às costas e obrigou-o a acompanhá--lo, tendo iniciado uma viagem forçada pelo País que só terminou três dias depois.

Pelo caminho telefonava à tia do jovem enquanto o agredia para ela ouvir o choro. Em troca da vida de Rúben, o arguido exigia à ex-companheira, que emigrou para o Peru depois de receber uma indemnização de 21 mil euros, o seu regresso a Portugal e a entrega dessa verba.

No dia em que tinha previsto encontrar-se com a tia da vítima, Nuno levou o estudante para uma antiga fábrica em Alvaiázere e fechou-o no buraco. Deixou a nova namorada a vigiar, mas ela foi-se embora. Após uma hora em "completa escuridão", Rúben gritou por socorro, mas ninguém o ouviu. Depois de muito esforço conseguiu destapar parte da abertura da fossa e sair. Foi socorrido por uma família que avisou a polícia.

"cm"