Manuel Miranda está a ser julgado, em Matosinhos, por tráfico de droga, e tinha em casa mais de 300 mil euros. O arguido diz que o dinheiro era de espanhóis para ir comprar heroína a Barcelona. Comprou meio quilo e ficou com a droga e o dinheiro.
O arguido, que pretende que o julgamento seja efectuado à porta fechada por receio de represálias, presume-se que dos alegados traficantes espanhóis, foi detido, em finais de Fevereiro do ano passado, em S. Mamede de Infesta.
O presumível traficante seguia na viatura da enteada (uma carrinha BMW, que custou cerca de 88 mil euros, pagos a pronto pagamento). Na carteira da mulher, a PJ encontrou meio quilo de heroína.
Na busca domiciliária a um apartamento que o casal tinha arrendado, em Leça do Balio, a Judiciária foi surpreendida pela elevada quantia em dinheiro (notas de 20 e 50 euros) que se encontrava escondida numa caixa de sapatos e num saco desportivo: mais de 300 mil euros, devidamente divididos em lotes de cinco mil euros.
O arguido, que já esteve preso por tráfico de droga, e que é tido pelas autoridades como um dos principais fornecedores de estupefacientes do Grande Porto, disse, no primeiro interrogatório judicial, que havia sido contactado por "uns espanhóis" para ir comprar droga.
Em Setembro de 2008, foram-lhe entregues 600 mil euros, destinados à compra de droga em Barcelona.
Manuel Miranda afirmou ter sido sua intenção inicial ficar com o dinheiro todo, mas foi a Barcelona, onde comprou meio quilo de heroína, quefoi escondida, no mês seguinte, no meio do mato, onde permaneceu até à sua detenção. O dinheiro foi gasto, disse, para pagar a sua casa. Afirmou também que, por receio, não pretende denunciar os traficantes espanhóis, pois estes já haviam ameaçado o seu irmão e o cunhado.
"jn"