O Ministério Público do Porto acaba de deduzir acusação contra 31 indivíduos - na sua maioria jovens do Grande Porto, com idades a rondar os 20 anos - no processo do "gangue do Formigueiro".
Ao grupo, cujos principais membros são oriundos de Águas Santas, na Maia, é imputada a autoria de 56 assaltos, sobretudo a cafés e pastelarias, para furto das máquinas de tabaco, e a lojas de pronto-a-vestir, além de roubos de viaturas.
Foram arquivados outros 33 crimes com método de actuação semelhante, por não terem sido reunidos indícios suficientes contra os arguidos, apesar de recaírem sobre eles fortes suspeitas.
Dezanove dos elementos do gangue vão responder em tribunal por associação criminosa, além de furto qualificado e simples e roubo. Doze encontram-se em prisão preventiva, mas o MP promoveu agora a mesma medida de coacção para outros seis, face ao elevado número de crimes pelos quais estão indiciados.
O grupo começou a ser desmantelado em 14 Abril passado, numa operação de grande envergadura da Divisão de Investigação Criminal da PSP do Porto.
Segundo a acusação, a actividade criminosa iniciou-se em Julho do ano passado e estendeu-se a vários concelhos do Grande Porto.
Os jovens atacavam sempre durante a madrugada. Encapuzados e com luvas, partiam os vidros ou arrombavam as portas dos estabelecimentos e levavam máquinas de tabaco, plasmas e vestuário. Circulavam em carros furtados e até roubados com ameaça e agressão aos condutores. Antes, faziam o reconhecimento dos locais a visar.
O "quartel-general" era a garagem de um dos acusados, numa urbanização social de Águas Santas. Era ali que o grupo se reunia para planear os assaltos e para dividir os bens furtados. A investigação identificou também alguns receptadores do material. O MP destaca a organização do grupo e a distribuição de tarefas por cada um dos seus membros.