Um grupo de sete ou oito indivíduos encetou uma aparatosa fuga à GNR, ontem de madrugada, ao ser visto a assaltar uma loja de roupa, em Seixezelo (Gaia). Abalroou um carro policial e escapou, em dois BMW de alta cilindrada, após uma troca de tiros.
Na mira dos assaltantes esteve, pelas 3.40 horas, o pronto-a-vestir MyWay, situado à margem da Estrada Nacional nº 1 e que assinalou precisamente ontem o primeiro mês de funcionamento. Com recurso a várias pedras, destruíram os vidros das montras, entraram na loja e apressaram-se a esvaziar os expositores, furtando sobretudo calças, camisolas, casacos e acessórios das mais variadas marcas, causando um "rombo" de quase 50 mil euros.
"O alarme disparou, mas parece que não lhes fez diferença nenhuma. Levaram a roupa de homem quase toda e de senhora deixaram alguma coisa", revelou Ricardo Pereira, proprietário do estabelecimento, especificando as marcas visadas pelo gangue: Kocca, Kaporal, Bus Urban Wear, Guimanos e Kuch. Os assaltantes também se apoderaram de dois manequins, sendo que pelo menos um tinha um casaco de peles avaliado em cerca de 300 euros.
No momento em que o gangue carregava a mercadoria para os dois veículos BMW - um jipe X5 e um automóvel da Série 5 -, que ostentavam matrículas falsas, passou no local uma patrulha do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Gaia, num veículo descaracterizado. Os elementos policiais viram entre sete e oito indivíduos e posicionaram-se perto da loja, na berma da estrada, pedindo de imediato reforços a outros postos da força policial.
Mas o grupo ter-se-á apercebido e, poucos segundos depois, entrou nas viaturas e arrancou a alta velocidade. Segundo informações obtidas pelo JN, o jipe X5 chegou a embater no veículo do NIC para abrir caminho à fuga, provocando danos no guarda-lamas do lado esquerdo.
Já na EN1, a cerca de 150 metros do local da intercepção, um dos assaltantes efectuou pelo menos dois disparos, presumivelmente com uma caçadeira de canos serrados, que não atingiram ninguém. A intenção terá sido dissuadir os militares de moverem perseguição. A GNR ripostou com um tiro de intimidação e ainda tentou seguir no encalço do gangue, mas perdeu-lhe o rasto.
"Se não fosse a polícia levavam tudo. Na fuga, deixaram cair algumas peças na rua", sublinhou Ricardo Pereira, acrescentando que os intrusos também se apropriaram de um computador e de um rádio de pequeno valor que estavam no estabelecimento.
"Isto aconteceu numa altura difícil. Aproxima-se o Natal e só temos marcas de colecção, que temos de encomendar com seis meses de antecedência", lamentou o comerciante, admitindo que deverá reforçar as condições de segurança da loja, com colocação de gradeamento. "Vai tirar estética à loja, mas terá de ser", afirmou.
Os vizinhos do estabelecimento, à margem da EN1, foram alertados pelo alarme, mas não havia conhecimento de que alguém tenha presenciado o tiroteio


jn