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Sapadores estiveram durante todo o dia de ontem na Rua dos Caldeireiros |
O prédio da Rua dos Caldeireiros onde deflagrou um incêndio, anteontem, sábado, durante o qual morreu um bombeiro, está sinalizado no Plano de Intervenção em Emergências no Centro Histórico do Porto. Na zona Património Mundial há 40 ruas com risco elevado de fogo.
O documento especifica que apesar de ter dezenas de prédios ao abandono, a
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O prédio, com o número 168, faz parte de um conjunto de imóveis da Rua dos Caldeireiros identificados como devolutos.
Em declarações à Lusa, o segundo comandante dos Bombeiros Sapadores, Pais Rodrigues, disse que, de acordo com indicações que teve dos técnicos da Câmara, "a proprietária já tinha sido notificada para a realização de obras e para impedir o acesso ao edifício", que, apesar de "ocupado clandestinamente" não estava em risco de derrocada.
A degradação é dos principais problemas da Zona Histórica. De um total de 1796 edifícios, 653 estão muito degradados ou em ruínas. Só na freguesia da Vitória, onde fica a Rua dos Caldeireiros, há 107 prédios em más condições. Mais de 50 estão devolutos.
Ainda ontem, durante as operações de limpeza e de segurança no prédio onde deflagrou o
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O fogo deflagrou num prédio devoluto e que, de acordo com moradores e com o presidente da Junta da Vitória, António Oliveira, seria "ocupado clandestinamente". "O imóvel era ocupado por toxicodependentes e por pessoas que traficam estupefacientes", afirmou António Oliveira, sublinhando que já tinha alertado a proprietária para a situação.
Também Maria de Fátima Silva, 61 anos, que vive paredes-meias com o prédio onde deflagrou o fogo, contou que "muitas vezes, à noite, via-se um clarão que só podia ser de velas acesas".
O vereador da Protecção Civil da Câmara do Porto, Manuel Sampaio Pimentel, disse, ao JN, que "desconhece" em que estado está o processo do prédio. "Não sei se a proprietária já foi notificada para uma vistoria ou para realizar obras. Só amanhã [hoje] é que vou recolher essas informações", sublinhou o autarca.
Porém, o autarca esclareceu que o Município só "age" em edifícios que "apresentem sinais de ruína iminente". Caso se constate que a degradação do imóvel não apresenta risco de derrocada imediata, a Autarquia tem de seguir um "calvário de processos".
"A Câmara não tem condições de tomar posse de todos os edifícios que se encontram devolutos. Isso obrigaria a encargos de tal ordem que não seria suportável", referiu.
Ontem, os Sapadores procederam a uma "demolição controlada" no edifício, até "porque havia risco do imóvel cair sobre os prédios contíguos", disse o segundo comandante, Pais Rodrigues. Os trabalhos prosseguem hoje.
No combate ao incêndio,
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jn