Três crianças de dois anos sofreram queimaduras, depois de uma panela com sopa a ferver ter tombado sobre elas num infantário de Milheirós de Poiares (Feira). Um menino sofreu queimaduras em 25% do corpo encontrando-se internado no S. João (Porto).

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Um dos filhos, ao colo da mãe, de Nuno Alves ficou ferido com a sopa no infantário

O acidente ocorreu pelo meio-dia, ontem, quinta-feira, no infantário do Centro Social Doutor Crispim Teixeira Borges de Castro. De acordo com um director, António Almeida, as crianças estariam numa mesa da cantina juntamente com outros miúdos, num total de 24, sob a responsabilidade de duas assistentes.
"Depois de almoçarem, as duas funcionárias estavam a tirar as babetes às crianças quando três delas saíram repentinamente da mesa e foram até uma pequeno armário de apoio ao refeitório", contou, ao JN, o responsável.
As crianças ter-se-ão pendurado no armário que acabaria por ceder, fazendo cair a panela de sopa que entornou sobre elas. "A panela tinha apenas um pouco de sopa que tinha sobrado da refeição", precisou António Almeida.
Mesmo assim, um dos meninos ficou ferido com gravidade. Os outros dois sofreram queimaduras superficiais. Os bombeiros de Arrifana e de S. João da Madeira e uma equipa da VMER da Feira estiveram no local, tendo prestados os primeiros socorros ainda na instituição.
Rúben Filipe Costa Gonçalves, de Milheirós de Poiares, foi transportado para o Hospital de S. João, no Porto, com queimaduras do segundo grau, sobretudo, na cara e na cabeça. Fonte daquela unidade confirmou que o menino se encontrava no bloco operatório, estando a ser acompanhado pela unidade de cirurgia pediátrica.
A mesma fonte adiantou que a mãe da criança permanecia naquela unidade hospitalar, embora, por "estar muito nervosa", se tenha recusado a falar sobre o acidente. Uma tia, também muito abalada, limitou-se a dizer que a criança estava "muito queimada na cara".
As outras duas crianças, uma das Caldas de S. Jorge (Feira) e outra de S. João da Madeira, foram para o Hospital de S. Sebastião, na Feira. Acabariam por receber alta em pouco tempo.
Os pais da criança de S. João da Madeira, Nuno Miguel Silva Alves, contaram os momentos de aflição que viveram ao serem informados do sucedido. "Estava a trabalhar e quando recebi a chamada a dizer que tinha acontecido um problema apanhei um grande susto", lembrou a mãe, Carla Paiva.
"Só sosseguei quando me disseram que não era nada de grave. Mesmo assim fiquei muito preocupada", lembrou. Preocupações que, afirma, vão manter-se no futuro, apesar de reiterar a "confiança nas pessoas que trabalham" no infantário.
A opinião dos pais que ao final do dia iam ao infantário buscar os seus filhos dividia-se. "Eles são pagos para terem responsabilidade e vigiarem as crianças e pode ter havido alguma falta de cuidado neste caso. Se não têm pessoal que chegue, então que contratem mais pessoas", afirmou João Sousa, um dos pais, que se mostrava igualmente indignado com o que diz ter sido a "falta de informação" sobre o que se passou.
"São coisas que podem acontecer até em nossa casa. Vou continuar a trazer a minha filha", contemporizou, por sua vez, Elisabete Soares. "Vim logo a correr para o infantário com medo que fosse a minha filha", acrescentou.
Segundo informações da instituição, a cantina é nova e os funcionários receberam formação adequada até Março passado.


jn