Vários grupos de assaltantes violentos, um deles com base em Espanha e que vem a Portugal só para assaltar ourivesarias, estão a aterrorizar Lisboa e a margem Sul do Tejo. No Norte do país as lojas de ouro usado são os novos alvos. A PJ está em alerta e os ourives com medo.
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Silvino Morais no cofre da sua ouriversaria, em Alenquer, que foi assaltada por tres individuos que levaram cerca de 1 milhao de euros em ouro |
O assalto ocorrido esta semana em Alenquer, no qual três pessoas foram feridas, será apenas mais um exemplo da violência usada por estes grupos - três ou quatro, um dos quais composto por indivíduos da Europa de Leste. Fonte policial explicou que foram detectados métodos distintos e indícios de diferentes autores, presumivelmente não portugueses e que a situação é preocupante.
Entre segunda-feira e quarta-feiras últimas, por exemplo, no Sul, já se verificaram quatro assaltos violentos e um por arrombamento. Se recuarmos mais um ou dois meses, os casos multiplicam-se. Seixal (dois casos), Pinhal Novo (Setúbal), Saldanha (Lisboa) foram os locais atacados. Parte do produto destes roubos terá como destino o estrangeiro, passando por Espanha, onde um deles terá a sua base.
Segundo adiantaram, ao JN, fontes da Polícia Judiciária, a gravidade da situação tem motivado uma permanente troca de informações entre as polícias de Portugal e Espanha sobre as movimentações destes grupos.
No Norte do país, a valorização do ouro, aliada à queda do euro e à perda de rendimento das famílias, tem levado a uma proliferação das lojas de compra e venda de ouro usado que se tornaram no novo alvo preferido dos ladrões.
No início de Setembro e apenas no Grande Porto (onde existe um forte indústria de transformação do ouro), quatro dessas lojas foram assaltadas numa semana, todas à mão armada, por um ou dois indivíduos, supostamente de nacionalidade portuguesa. As autoridades admitem que o ouro roubado possa ser derretido e reintroduzido no mercado.
Desde então, também não têm parado os assaltos noutros tipo de estabelecimentos do ramo, alguns dos quais bem arrojados. Neste caso está o furto, a 1 de Novembro, de meio milhão de euros em jóias de uma ourivesaria do GaiaShopping, onde os assaltantes entraram pela condutas de ar condicionado. Em Barcelos, Esposende e Penafiel, também foram registados assaltos de características semelhantes.
As agressões de que foram vítimas um cliente, a dona e uma funcionária da Ourivesaria Moisés, em Alenquer, na passada terça-feira, foram captadas pelas câmaras de vigilância e chocaram. Silvino Morais, também proprietário do estabelecimento, perdeu 950 mil euros e uma vida de trabalho e tem dúvidas quanto ao seu futuro no negócio.
No mesmo dia, já no Pinhal Novo, Setúbal, quatro ou cinco indivíduos assaltaram a ourivesaria "Pérola do Pinhal".
"Não sei por que é que vieram aqui. Só tinha relógios", adiantou, ao JN, Jorge Silva que ficou sem cinco mil euros e esteve sob ameaça de uma caçadeira
jn