Foi uma tentativa de assalto violenta, rápida e assustadora. Joaquim Santos estava a fazer a barba, num anexo da sua ourivesaria de Sandim (Gaia), quando ouviu uma explosão. A seguir, outro estrondo. "Apanhei um susto de morte", diz.
Joaquim Santos, conhecido ourives gaiense, de 72 anos, lembra, ao JN, que já tinha sido assaltado três vezes, mas assume que desta vez os assaltantes foram mais violentos. Cerca das 16.45 horas de anteontem, dois indivíduos, encapuzados, dispararam contra a porta de vidro da sua ourivesaria e, vendo que ela não abriu, fugiram.
"Já tinha feito a barba de manhã mas, aquela hora, resolvi dar uma aparadela, nuns arrumos da ourivesaria, quando ouvi um estrondo que parecia uma bomba. Depois, ouvi outra explosão. Espreitei e vi dois encapuzados à porta, a fugir", lembra Joaquim Santos.
Os disparos dos assaltantes abriram um buraco no vidro da porta e os chumbos marcaram as paredes da ourivesaria. "Tenho uma banca, à frente da porta, onde costumo arranjar relógios.
Felizmente, aquela hora estava a fazer a barba, pois se estivesse ali seria atingido. A parede e o balcão ficaram com marcas dos projécteis. Se estivesse a trabalhar poderia estar morto", diz Joaquim Santos, que admite: "Apanhei um susto de morte".
Talvez porque a sua ourivesaria está situada próximo da igreja de Sandim, numa zona de algum movimento, e temendo por isso ser apanhados, os assaltantes fugiram. Rapidamente, a GNR de Lever foi alertada e chegou ao local mas não conseguiu apanhar os encapuzados, que fugiram num automóvel.
"Desta vez, tive sorte", admite Joaquim Santos. "É a quarta vez que sou alvo de um assalto. Da primeira vez, tinha a porta aberta, os ladrões entraram e encheram os sacos com ouro. Noutra, rebentaram o vidro da porta para me roubar. Desta vez, estive sorte. Podia estar no cemitério. Se isto continuar assim tão violento, não vale a pena trabalhar mais."
A Polícia Judiciária esteve no local e terá recolhido um invólucro, apesar de Joaquim Santos ter dito que ouviu dois disparos.
jn