Uma jovem, de 21 anos, morreu assassinada com um tiro na cara, alegadamente pelo namorado, em Setúbal. Há suspeitas que a jovem estivesse no início de uma gravidez, o que só hoje a autópsia poderá confirmar. O homicida foi detido.
Vera Lúcia Mendes, de 21 anos, morreu, ao início da tarde da passada segunda-feira, no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, assassinada por um tiro de pistola, que lhe atingiu a face, provocando-lhe a morte imediata.
O crime ocorreu na casa do alegado homicida, de 22 anos, na Rua do Moinho, e terá sido presenciado por dois familiares. Aliás, foram eles que acabaram por dar o alerta à PSP.
Quando os agentes chegaram ao local, o agressor terá assumido que disparou o tiro, com uma pistola 6.35 milímetros, mas terá alegado que foi acidental e que a arma se teria accionado enquanto ele a estaria a limpar.
No entanto, e presente ao juiz de instrução criminal, na manhã de ontem, acabou por ficar em prisão preventiva, recaindo sobre ele a suspeita de um crime de homicídio com dolo.
Ao que foi possível apurar, a vítima estaria no início de uma gravidez. No entanto, as autoridades ainda desconhecem esse facto, realçando que só hoje, após a autópsia, se poderá confirmar esse estado, bem como os eventuais meses de gestação.
Vera Lúcia Mendes, tinha já uma filha, de um anterior relacionamento, com seis anos. Ao que o JN apurou, a criança está institucionalizada, na Cáritas de Setúbal, porque o meio familiar não ter recursos para a sua educação.
No dia de ontem, familiares e amigos de Vera juntaram-se no Hospital de S. Bernardo, enquanto aguardavam novidades relacionadas com a autópsia. "Só amanhã saberemos algumas verdades", relatou um familiar, que desconhecia o relacionamento de Vera com o agressor. "Se eles namoravam seria há poucos meses, nem sei o que ela foi fazer à casa dessa pessoa. Eu nunca ouvi falar dele", relatou o familiar.
Visivelmente consternado, um dos irmãos de Vera, com quem ela vivia, numa casa muito próxima da do homicida, realçou, ao JN, que a irmã estava desempregada, mas a "endireitar a vida" e não compreende o que se passou.
"Só quero justiça, estou com uma grande revolta", atirou, desgostoso e revelando que a pobreza lhe havia tirado a filha e agora também a vida. "Nem temos dinheiro para o funeral...", realçou.
Os vizinhos também estavam indignados e, entre dentes, para evitar represálias, foram confidenciado que o agressor já tinha um passado violento. "Toda a gente aqui no bairro sabe que ele já teve problemas com a Polícia", salientou um morador, para assegurar que a tese de acidente é remota: "Coitada dela, que se meteu com a pessoa errada".
"jn"